sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Lacrimejava
Santa Maria, mãe de Mateus.
Perdeu o bebê com uma bolada na barriga.
O artista não nasceu...

A família esmureceu
As manhãs cinzas
o pai cizudo.
As filhas de cinza.

A mãe murchou
e buscava em todo lugar
o filho que perdeu.
Só não lembrava dos demais, ali vivos e saudosos da mãe.

As filhas tiveram seus filhos
e se prometeram ser melhores.
E o artista renasceu
e seguiu.

Um comentário:

  1. Esse poema é lindo. Quando o li pela primeira vez, com a história que há por trás tão fresca na minha cabeça, enxerguei o poema pela metade, como se só visse a história que lhe originou. Agora vejo sua criação, sua sensibilidade e a amargura da mãe e da família esquecida.

    Que tal colocar esse poema no concurso do Sarau?

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