sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cidade Hippie

Acordei louca para surpreender meu parceiro. Certo, vamos praquela cidadizinha hippie, cachoeiras, comidinha caseira, pousada gostosa, friozinho da noite, sauna, e só nós dois!
Malas prontas, carro pronto, e a alma louca pra se esbaldar. Era um domingo, a ideia era aproveitar dias fora de temporada e estrada vazia pra curtirmos juntos. Bom, haviam dois caminhos, decidi ir por um que não conhecia bem mas supostamente estava em melhores condições.
O carro seguia bem, as vezes esquentando quando ligava o ar e a chuva comia solta na estrada. Andei, andei, ele dormia tão lindo do lado. E eu andava, andava e percebia que a estrada era muito estranha, Ele acordou e paramos num posto, a resposta do vendedor foram algumas risadas e uma olhada no mapa: estávamos indo pra Belo Horizonte...
Tá bem, não sou expert em viagens, estradas... Eu estava ainda com bom humor, ele ria junto e seguimos voltando. A chuva melhorou, pensei em ir pra casa e ficar nas cobertas mesmo, mas a vontadinha de escapar foi maior.
A estrada estava boa e comecei a me animar. Eu ia dirigindo super bem (sem óculos e meio assustada desde meu último capotamento), meu namorado estava do meu lado e comentando que eu dirigia bem.
Chegamos na cidade, depois de errar a entrada, mas não tinha problema, queríamos jantar e encontrar um cantinho pra dormir, pegar uma sauninha. Quartos de domingo deveriam ser bem baratos, mas não nessa cidade. Sem noção, os pousadeiros continuavam cobrando preços absurdos. Mas tudo bem, desde que tenha sauna. Todas quebradas... Fomos na de cama gostosa e gente simpática. Nas demais o programa do Faustão não permitia que as pessoas nem se mexessem.
A comida que achamos foi fantástica! Mas eram daquelas que deixam você pesado uma viagem inteira. Mas gostosa. Eu estava num resfriado chato, e fomos pro hotel dormir e torcer por uma segunda bacana com cachoeiras, etc, etc.
A manhã demorou a chegar para nós, umas 11! Obviamente aquela gente simpática da pousada nos disse simpaticamente que o café já tinha acabado. Tudo bem, vamos aproveitar para ir no famoso brunch hippie da cidade, fechado! Bem, 11 e meia, meio dia... Fazer o que? Tomar um café qualquer na rua e andar sem rumo.
Fomos andando, lojinhas bacanas, muitas fechadas. Muita gente parada pela rua, a toa... Muita gente perdida e bêbada. Vamos pra estrada, atrás de uma cachoeira, finalmente, 2 e meia... E íamos, íamos e o que meu nariz me disse pra eu ir dormir. E voltamos, voltamos. A cama confortável foi importante, passei a tarde nela. As vezes percebia de rabo de olho um lindo moço me espiando. Paradinho em suas férias, se entretinha até com os textos do guia turístico.
Um dia que acabou e eu ressuscitei no por do sol. 5 horas, vamos em busca de um bom por do sol na estrada. Ninguém ainda tinha relaxado, não tinha lugar para ir aquela hora. Dirigimos, dirigimos, paramos na beira da estrada. Sentamos e parados por uns 40 minutos, filosofamos. E a bunda ficou marcada pelas pedras do acostamento. E vimos um sol bonito, que renasceria lá no Japão em breve.
Voltamos, comemos, dormimos para acordar cedo e pela manhã seguimos sem muitas delongas.
Eu vi que minha encantada cidade hippie não estava lá; e que as segundas feiras dos hippies são maçantes e mortas.
Mas vi um parceiro verdadeiro que se dispôs a se aventurar, que não se indispôs por se perder, que acolhe a namorada resfriada, que mantêm um sorriso mesmo numa beira do nada de estrada.
Viva eu e você, e basta!

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